domingo, 8 de janeiro de 2012

...Viagem...

Gostaria de poder fazer uma viagem...
Para qualquer lugar perdido no mundo.
Um momento que me proporcionasse um encontro comigo mesmo, em que eu pudesse rever meus conceitos e anseios, e resgatar dentro de mim mesmo tudo aquilo que as circunstâncias desagradáveis insistem em sufocar...
Rever amigos no meu íntimo e relembrar tudo o que aprendi com eles. Dentro de mim não existe corrupção física, até aqueles ausentes no plano material, fazem-se vivos ali, trazendo a mesma graça e vivacidade que sempre trouxeram consigo...
Distanciar-me um pouco desses fatores externos que insistem sobre mim, torando-me um desconhecedor do meu próprio eu...
Fechar meus olhos, apertar minhas pálpebras com toda a intensidade possível e mergulhar dentro de mim mesmo, apaixonar-me outra vez por mim, enlouquecer nesse gozo que é a vida...
Sorrir de mim, tocar-me, sentir cada parte de meu próprio corpo... Unifica-lo ao meu eu.
Se essa viagem me proporcionasse o mar, desenharia minha face por diversas vezes na areia e veria o mar, com toda a sua bravura, força e poder desfazer o que minhas pequenas mãos haviam feito... Desenharia diversas vezes e riria todas as vezes que o mar insistisse em me ver empenhado nessa tarefa, brincaríamos e nos divertiríamos assim por uma tarde inteira...
Caminharia incessantemente e faria de tudo para ver a maior quantidade possível de faces humanas, afinal, as pessoas são belas e independente de suas crenças e descrenças, amá-las-ia não por obrigação religiosa ou humanismo, mas por suas diferenças... Sim me apaixonaria pelas diferenças que elas possuem... Amar aquilo se apresenta diferente a mim, é algo sublime, e saber que ali no aparente “extremo oposto” encontro um pouco de mim.
Não preciso de um lugar fantástico, silencioso ou enigmático/místico, apenas acolhedor... Não espero por milagres, o trabalho de encontrar-me pertence a mim... Os mapas que me deram eu despedacei como um criança ao rasgar o papel que encobre seu presente...
Essa viagem pode me ser dolorosa, mas sumariamente gratificante e enternecedora... Quanto a me perder no caminho, isso não temo, às vezes e necessário perder-se, não para efetuar uma volta à trilha, mas para um novo caminho, um novo recomeço...
Percurso tortuoso, até então nunca desbravado por outros, percalços me aguardam, sim eu sei... Mas independente daquilo que ainda não posso nomear sei que essa viagem é portadora de um sentindo, de um constante encontrar-se consigo... Ela não termina hoje, não há data fixa...
Se quiseres me acompanhar lhe dou a mão, mas depois será você por si próprio... Em breve  nos encontraremos... certos e incertos de quem somos...





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