domingo, 26 de fevereiro de 2012
Vivendo e revivendo!
É um sonho tão cheio de vida, que inunda o peito, preenche o coração, acalenta a alma, traz repouso ao espírito, transborda sobre o ser, trazendo força e paz... Alegria tonteante que faz o corpo todo sorrir... E a vida vai se movendo com graça e lentidão necessárias, para que todos os momentos sejam singulares e sublimes.
É um sonho cheio de vida...
Nossos sonhos são pequenas sementes, que contém em si o gérmen de uma vida de infinitas potencialidades... Quando plantados com dedicação e empenho, germinam e geram um pomar rico e diverso, que pode alimentar não apenas as nossas vidas, mas a vida de tantos outros... Assim é a psicologia para mim, podem me conceber como um utópico sonhador, ou algum jovem que no início de sua graduação, em contato com tantas teorias, sente-se deslumbrado, acreditando que poderá "salvar o mundo". Quanto a essas prováveis objeções não me importo... Tenho a crença de que as mudanças irão se processar em meu mundo (comunidade em que estou inserido, e as vivência que nela estabeleço), acima de tudo acredito no ser humano, e em tudo o que ele pode ser... Um outro olhar, e tantas possibilidades... Movimentos que forçam o pensamento, e nos fazem buscar a promoção da dignidade humana. Não desejo bens materiais, me dignifico na intersubjetivade, é o contato com o outro que me faz humano, "demasiadamente humano".
terça-feira, 21 de fevereiro de 2012
O rio, a divisa e a escolha
Posicione-se
na divisa de dois territórios, lembre-se que comumente o rio é o marco geográfico
que separa essas duas regiões. Olhe para ambos os lados, analise com sabedoria
e reflita por dias afins... O rio nem sempre é calmo e suave, há dias em que a
correnteza se torna robusta e violenta, e por tal motivo, você pode sentir-se
forçado a uma decisão, mas não escolha por pressão ou temor, seus braços são fortes
e você saberá nadar entre águas revoltas. Na calmaria pense... Se o medo vier,
olhe para o céu e sinta a presença do Divino, não espere Dele uma resposta
pronta, pois Ele nos concedeu o livre arbítrio, no entanto, não nos nega
consolo e força. Esses dois territórios, não se sobrepõem um ao outro, não
existe terra onde os frutos amadureçam mais rápidos e sejam mais suculentos...
Quem irá arar, plantar e colher será você. Mas então, porque a escolha? Porque
o rio? Nossas existências são feitas de escolhas, o rio e suas nuances são as
situações que vivenciamos... Momentos por vezes difíceis e angustiantes que nos
perpassam com a violência de um rio bravio... É necessário ser forte, e
independente da terra escolhida, as sementes estão em nossas mãos... Elas
se chamam SONHOS, e podem vir a ser um grande pomar, que alimente não só nossas
vidas, mas a vida de tantos outros...
segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012
quebra-cabeças
A vida tem sido um quebra-cabeça de complexa
montagem... As peças, muitas delas ainda dispersas, resistem a se interconectarem,
a se encaixarem em suas devidas posições... A consciência expande-se e
intencionalmente busca visualizar a imagem completa... Não há imagem modelo a
ser seguido, apenas um leve esboço mental, que invariavelmente insiste em se
alterar... Momentos de dedicação se seguem, e com tenacidade consegue-se chegar
a uma imagem, ainda que deformada, mas é um princípio... Mãos intrusas e
covardes colocam-se sobre as peças, e em um movimento frenético e desvairado,
desfazem o início da bela imagem... Lamentar, entregar-se a melancolia? Somente
nos primeiros momentos, pois o tempo é um senhor furioso e impaciente, ele tem delatado
e gritado que existe um prazo, não paro o término de uma imagem agradável aos
olhos mundanos, mas para alertar que independente da estética adotada, faça-a
com toda delícia e esmero próprios, e na medida do possível, refaça-a, crie e
recrie, inove e fuja dos modelos... E quanto às mãos inescrupulosas que surgem
para bagunçar as peças, não as tema, mas faça com que elas mesmas lhe concedam
um novo início, outras e tantas possibilidades.
sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012
A "Babilônia" do ser...
Salvaguarde (SALVE E GUARDE), minha alma de mim mesmo...
Ela sofre por estar dissociada de um corpo que lhe é estranho.
Ambiente de movimentos mecânicos, corpo holocausto...
Pétreo e frio, lugar onde a alma padece, e com o pouco de força
que lhe resta sussurra pequenos clamores de piedade.
Altar sem forma, no qual cotidianamente a alma é sacrificada.
Submeter-se as exigências de um corpo enrijecido é tonar a alma
cativa...
Ela sente-se estrangeira, retirada de seu recanto de paz...
Salve-a de mim, protegendo-a!
Um corpo vadio e estéril insiste em torná-la seu símile.
Ela suportaria noites gélidas e pálidas,
Terras longínquas, secas e áridas...
Mas ser corroída pela bílis ácida que escorre sobre si, líquido
excretado pelo corpo
A-desejante, é padecer diariamente... é ter sobre si o castigo
pelos pecados de mil-gerações... Que os braços fortes revolvam a terra... o
sangue que fluí dos poros caia sobre o solo e fertilize-o com vida...
Prive-a de um corpo que
nunca lhe pertenceu...
quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012
Solidão
Estou em constante presentificação, me reponho enquanto totalidade, mas também sou parcial e segmentado... Sou tantos em um, e tenho sido tantos em poucos...
A-temporal
O passado relata ausências, rupturas e pequenas frustrações, sua
geometria é circular... Fechou-se, encerrando-me dentro dele... Anseio pela
ruptura e pelo corte. O presente é demasiadamente contrito, rouba o fôlego é
constituído por insuficiências... O futuro é incerto, permeado de dúvidas e
incertezas, provoca ansiedades que consomem e removem visões... Ele tem sido
obtuso. Torna-se penoso conjugar o verbo "viver" nesses tempos...
Quero/anseio/preciso me redimensionar!
Maestrina
Convertera-se
em musicista...
Não
frequentara os melhores conservatórios musicais ou escolas... Apenas permitia
que suas mãos fossem provocadas e levadas por uma força que emanava como um
fluxo de águas indomáveis de dentro de si mesma... Eram dias de calar a razão, escamotear
a objetividade, dias para se sentir o sentido... A partitura, sempre a mantinha
escancarada e desnuda diante de si, e produzia lindas músicas até então jamais
ouvidas. Variava os instrumentos, mesclava tonalidades, ritmava e quando desejava
transpor limites fazia uso de estilos considerados imiscíveis, densidades
diferentes... Misturava-os, optava pelo exótico, pelo novo... Transbordando ousadia
quebrava a forma, desmantelava conceitos, inovava e refazia... A temporalidade
desfazia-se, ela apenas queria produzir, fazer música... Singular e única, as
notas musicais que usava eram suas criações, símbolos estranhos ao alheio,
incompreensíveis... Embora desconhecida por muitos, enquanto forma, e irreproduzível
por todos sua música causava espanto e surpresa... Em alguns ela soava como
canto angelical, outros pareciam escutar o prelúdio do apocalipse... Contraditória,
SIM! Sua existência era música, envolta em beleza e arte... As notas musicais
eram suas, ela as compreendia e isso lhe bastava... Escolherá a incompreensão
de alguns e o entendimento de poucos... Mas extasiava-se, por deslumbrar o quão
belo e aprazível era fazer-se a si...
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