Quando
minhas mãos trêmulas, fatigadas e cansadas não ousaram escrever, e por tal
estado perderam o vigor e a vontade de fazer da vida uma poesia, suas mãos
doces e cálidas pousaram sobre as minhas ... O amor que delas emanavam fez com
que os rabiscos que estavam sendo produzidos em momentos de intensa ausência de
felicidade e vida, se convertessem aos poucos em desenhos pulsantes e vibrantes...
novas cores surgiram, a caligrafia readquiria uma nova forma, tecíamos juntos
novos escritos... Fabricávamos em um quase frenesi, um novo texto, uma nova
história... Seu punho não se impôs com força ou vulgaridade, mas com a firmeza
necessária para que o cansaço fosse superado... Juntos fizemos versos,
estrofes, com e sem rimas, exploramos a estilística e também inventamos o que
hoje nos pertence... As interrogações que usávamos me fizeram refletir, e consequentemente
dar fim as distorções de pensamento... As reticências expressam o não dito,
aquilo que a palavra escapa... As exclamações eram alegria, susto, espanto,
choro, são a vida! Existem ainda muitas páginas por vir... paramos não por
cansaço ou término, mas para sentirmos
um no outro essa aprendizagem... A vida nos inundou com tanta força e impetuosidade,
que nesse presente estamos imersos em prazeres antes nunca vivenciados...
Vivemos extravagantemente!
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