terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Boneca de Pano


         Aprendera que para SUB-existir entre os desumanos teria que viver de paliativos, prazeres substitutivos, emoções plásticas e descartáveis, sentimentos desprovidos de vigor e frescor... Cotidianamente sepultava o amor, não se sentia uma homicida, pois lhe era totalmente necessário dar fim ao Eros que pulsava em si... Amar não lhe era benção, mas maldição...
         Não havia encontro, mutualidade, correspondência, apenas raros momentos envoltos em banalidades e porções de carnalidade... Sobreviver era sua meta... Morria em dias de desamparo, desesperança e melancolia... Seu corpo biológico funciona em harmonia, os membros movimentavam-se, as glândulas secretavam, enzimas eram produzidas... Era daqueles seres que andam e falam, mas já estão mortos e embrutecidos... Sua alma não produzia poesias... O que lhe restava então?... Nem mesmo o nada, pois o se o nada persiste, ele denuncia a ausência de algo que já se fez presente... Até então não tinha experimentado o amor, tão necessário para impulsionar a vida... Para estremecer e confrontar sua existência/desistente...

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