quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Sou contra o “amor capital”!!!

    Um amor nos moldes do capital transforma o sujeito em “objeto de consumo”, semelhante ao conceito mercadológico do sistema vigente. Do outro me valho para meus desejos e anseios momentâneos... A lógica do descartável invade as relações humanas, corrompe o amor, convertendo-o a padrões pré-estabelecidos, retirando do sujeito toda a possibilidade de significação singular do apaixonar-se. Segue o modelo, a norma, o que é esteticamente convencionado.
    O amor se torna líquido! O outro se torna objeto descartável, sujeito a substituição... Não se vivencia a intersubjetividade, as experiências reduzem-se a atos corpóreos, físicos... Perdeu-se o transcendental, o cenestésico... Viso meu semelhante apenas como objeto para atender as minhas demandas, não o sinto, apenas o consumo... E neste ponto estabelece-se a primeira contradição entre tantas do “amor capital”... EU TAMBÉM ME CONSUMO, vivo de pequenas ilusões, acumulo dores, fracassos, angústias... Dou meu corpo ao discurso dominante, perco a iminência do humano e toda a sua beleza...
    Amor barato, nada custoso... ele rouba toda a possibilidade dada aos amantes de ambos colorirem e significarem o ato de amar de uma forma que pertença a ambos... Os padrões enrijecem os corpos... fazem deles reprodutores de algo que não lhes pertence... A cada aparente término, a decepção invade os sujeitos, sentem-se em extremo estado de desamparo, foram condicionados a acreditar em um amor que gera dependência, uma suposta sensação de completude...
    Esse amor sufoca... E quando se resolve libertar-se deste conceito, no momento em que se assume a responsabilidade por descobrir um amor não capital, sente-se aos poucos as amarras que antes prendiam o corpo, aos poucos cederem, começa-se a experimentar sensação que não se exprimem em palavras... e que não devem ser colocadas no papel, pois apenas estão aí, param serem sentidas. A fusão das totalidades permite a integração subjetiva sem a corrupção do EU.
    Convoco-vos amigos a se libertarem do amor capital, e a buscarem diversas formas de amor... pois no amor, cada ser tem a sua poética, cada um canta e dança esse amor com uma formosura própria...
  Agora que quero um amor não capital, sei que quando encontrar este corpo “descapitalizado”, sentaremos juntos, nos permitiremos e nos perderemos por alguns instantes...

Um comentário:

  1. Infelizmente o capitalismo está impregando em nossas raízes.... pobres homens!!! delacerados pelo proprio egoísmo. Senho assim a demanda em nosso futuro será maior, a clínica está recheada e adoecida pelo mal deste século.

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