Escrevo para aliviar-me de mim!
Não por desistência ou abandono, a fuga é momentânea, tão logo me cubro de
desculpas, vou revelando-me sem ao menos perceber que sou eu quem me denuncio.
E quando penso que meu pecado maior é não saber calar a alma, descubro que falo
para surdos, e recebo um perdão divino que mais se parece com castigo. Na
insuficiência do que fui, na árdua arte-brincadeira de ser e na incerteza do
que posso vir a ser, assumo as culpas, e vou encontrando os prazeres e delícias
da incompetência de viver sem compromissos prévios. Quando não me reconheço
como senhor de minha história, sobrevivo pelos dias... Se ainda não sei morrer,
me vivo pela metade!
Vou revirando meus segredos,
velados até mesmo de mim, buscando despir-me de falsas verdades que criei para
sustentar-me em terrenos áridos... E não
me sacio, somente tenho em mim exacerbada essa vontade, tão próxima da
loucura... Libertar-me de não sei o quê, talvez, de mim mesmo!
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