quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Inconclusões



Escrevo para aliviar-me de mim! Não por desistência ou abandono, a fuga é momentânea, tão logo me cubro de desculpas, vou revelando-me sem ao menos perceber que sou eu quem me denuncio. E quando penso que meu pecado maior é não saber calar a alma, descubro que falo para surdos, e recebo um perdão divino que mais se parece com castigo. Na insuficiência do que fui, na árdua arte-brincadeira de ser e na incerteza do que posso vir a ser, assumo as culpas, e vou encontrando os prazeres e delícias da incompetência de viver sem compromissos prévios. Quando não me reconheço como senhor de minha história, sobrevivo pelos dias... Se ainda não sei morrer, me vivo pela metade!


Vou revirando meus segredos, velados até mesmo de mim, buscando despir-me de falsas verdades que criei para sustentar-me em terrenos áridos...  E não me sacio, somente tenho em mim exacerbada essa vontade, tão próxima da loucura... Libertar-me de não sei o quê, talvez, de mim mesmo!

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